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Agência da ONU destaca ações de estados da Amazônia contra mudança climática

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Apesar dos desafios significativos, as comunidades florestais amazónicas estão encontrando soluções ousadas e inovadoras para mitigar e adaptar-se às alterações climáticas

 Clima e Meio Ambiente

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, lista esforços para financiamento de carbono, parcerias de lideranças indígenas com governos locais e projetos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, para reverter e mitigar mudanças do clima.

Um artigo publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, ressalta os impactos das queimadas na Amazônia, que tem sido sentidos em cidades como São Paulo e até em Buenos Aires, na Argentina.

Segundo a agência da ONU, os incêndios florestais são causados por uma combinação de fatores que incluem o aumento da temperatura global, secas agravadas pelo fenômeno climático El Niño e a falta de recursos para combater a destruição ambiental.

Padrões rigorosos contra desmatamento e degradação da floresta

O Pnuma lembra que a floresta amazônica armazena quantidades vastas de carbono, nutre a biodiversidade e regula o clima do planeta. Por isso, estados que pertencem à Amazônia estão propondo alternativas para mitigar os estragos e se adaptar às mudanças do clima.

Dentre as alternativas inovadoras, o Pnuma ressaltou o caso do estado do Pará que abrigará, em 2025, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP30. Ali, o governo firmou um acordo com a Coligação para Redução de Emissões da Aceleração do Financiamento Florestal, conhecida como Leaf na sigla em inglês.

O acordo no valor de US$ 180 milhões para projetos de combate ao desmatamento e à degradação da floresta é parte da iniciativa Redd+ e está alinhada com alguns dos padrões mais rigorosos do mundo como o de Excelência Ambiental Redd+ Trees.

Seja devido a incêndios ou à exploração madeireira, o desmatamento prejudica a capacidade da Amazônia de sequestrar carbono e regular o clima do planeta

Pnud

Seja devido a incêndios ou à exploração madeireira, o desmatamento prejudica a capacidade da Amazônia de sequestrar carbono e regular o clima do planeta

Apoio do Governo da Noruega ajuda Pará a combater pecuária nas matas

O financiamento de carbono tem um papel central no fornecimento de incentivos aos estados para reduzir emissões e proteger as florestas. Acordos como esse concedem ao Pará ajuda financeira para alcançar metas mensuráveis de redução além de investir também nas indústrias sustentáveis como benefícios econômicos e ambientais de longo prazo.

O Pnud lembra que ajudou a desenvolver o Plano Estadual “Amazônia Agora” que planeja reduzir o desmatamento construindo cadeias de valores baseadas na floresta. O projeto do Governo do Pará conta com o apoio da organização The Nature Conservancy e do Governo da Noruega. A agência da ONU lembra que um dos maiores fatores de desflorestamento são atividades pecuárias do meio da mata.

Comunidades indígenas como agentes-chave do combate à mudança climática

Até 2026, o governo do Pará prometeu que irá rastrear todas as cadeias de abastecimento de carne bovina para que elas não levem ao desmatamento.

A agência da ONU ressalta também em seu artigo, a atuação de povos indígenas e comunidades locais à frente da formulação de políticas públicas para enfrentar a ação climática. As comunidades têm salvaguardado a floresta por gerações e através destas parcerias veem seu trabalho reconhecido como atores relevantes na política de conservação.

A iniciativa Redd+ conta com estratégias de compartilhamento de benefícios assim como programas que respeitam os direitos coletivos dos habitantes das florestas. Com o fortalecimento da conservação, e da floresta, em pé promove-se também o desenvolvimento econômico e social de quem vive ali.

Duas mulheres amazônicas usando cocares tradicionais

Pnud/Genilson Guajajara

Duas mulheres amazônicas usando cocares tradicionais

Importância da utilização de dados em tempo real

Finalmente, o Pnud ressalta a importância do uso de dados para assegurar a prestação de contas. Quando o tema é desmatamento, eles são uma ferramenta fundamental para rastrear, entender e mitigar a degradação ambiental.

Durante décadas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, monitorou especialmente por sistemas de satélite com dados, em tempo real, focos de desflorestamento, degradação e mudanças no uso da terra. Uma informação essencial não só para a aplicação da legislação ambiental, mas também para definir as políticas climáticas em níveis local e nacional. As estatísticas servem ainda como base para o financiamento de carbono ajudando com decisões estratégicas no terreno.

As informações ainda levam a um plano de ação contra as áreas de maior risco.

Compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris

O monitoramento de dados acompanha o sucesso do reflorestamento e de projetos de conservação em tempo real. Que áreas e comunidades estão adotando as práticas sustentáveis uso da terra? Quais locais sofrem com exploração ilegal da madeira e que áreas estão desprotegidas? Com isso, os estados amazônicos contribuem para os compromissos assumidos pelo Brasil no quadro do Acordo de Paris, firmado em 2015.

Nos últimos meses, as queimadas ocorreram não somente no Brasil, mas também no Equador, no Paraguai e no Peru, entre outros países.

A agência da ONU afirma que os incêndios na Amazônia são um forte lembrete da urgência da ação climática.

Com cooperações local e internacional, o Pnud espera dividendos para um planeta mais resiliente não só para a Amazônia, mas também para as gerações futuras.

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