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Alerta no canavial: Cigarrinha das raízes pode reduzir produtividade da cana em até 80%
Considerada uma das principais pragas da cana-de açúcar, a peste compromete o sistema radicular da planta e tem potencial de risco de proliferação elevado, considerando as alterações em seu comportamento diante das mudanças climáticas Foto: Divulgação/Nitro São Paulo, outubro de 2024 – Uma pesquisa recente do Instituto Agronômico (IAC) trouxe à tona informações importantes sobre a cigarrinha das raízes, um inseto que se tornou o principal vetor da escaldadura das folhas da cana-de-açúcar e que pode reduzir a produtividade nas lavouras em até 80%, de acordo com especialistas da área. Considerando que o setor já está fortemente impactado pela série de queimadas, é fundamental que os produtores também se atentem aos cuidados necessários para proteger suas plantações desses parasitas. Isso porque eles podem causar doenças, a partir da bactéria Xanthomonas, que por sua vez, representa uma ameaça significativa à produtividade e à qualidade da cultura, um dos pilares da economia agrícola brasileira. A cigarrinha das raízes, conhecida cientificamente como Mahanarva fimbriolata, é um inseto sugador que se alimenta da seiva das plantas. Quando uma planta de cana-de-açúcar já está contaminada com Xanthomonas, a cigarrinha pode transferir essa bactéria para outras plantas durante seu ciclo de alimentação. Esse processo torna o controle da doença bastante complexo e desafiador, especialmente considerando o atual cenário em que as mudanças climáticas estão causando outras preocupações para as práticas agrícolas. Conforme explica Bruno Fazolo, Gerente Técnico da Nitro, multinacional de insumos agrícolas. “A cigarrinha, por ser um inseto sugador, insere seu aparelho bucal nas plantas de cana-de-açúcar. Isso, por si só, é um grande problema, já que causa danos e pode diminuir a qualidade e comprometer o desenvolvimento da planta. Além disso, o inseto pode transmitir a Xanthomonas de uma planta doente para uma saudável, aumentando a proliferação da escaldadura e reduzindo a produtividade das safras“, explica. O especialista alerta, ainda, para as mudanças climáticas, que têm ampliado a preocupação com a situação, uma vez em que o aumento das temperaturas e a irregularidade das chuvas estão alterando o comportamento natural da cigarrinha. Fazolo lembra, ainda, que as variações climáticas têm feito com que esse inseto se adapte a novos ambientes: “A cigarrinha não se aloja apenas na palhada, onde tradicionalmente espera por umidade. Hoje, estamos vendo que ela também se estabelece nas touceiras das plantas, que já estão estressadas pelas condições climáticas. Essa alteração no comportamento deste inseto dificulta ainda mais o controle, pois agora ela pode atacar as plantas em situações em que antes não estava presente“, prossegue. Os principais sintomas da escaldadura incluem o esbranquiçamento das folhas e o aspecto murcho das plantas, que podem ser confundidos com outros problemas, o que se revela imprescindível o diagnóstico correto para o manejo correto. “Embora os sintomas sejam visíveis, a confirmação da doença deve ser feita através de testes laboratoriais no meristema das plantas, especialmente nas áreas onde os produtores suspeitam da presença da bactéria“, afirma. Diante desse cenário, a adoção de cuidados preventivos, com manejo integrado, especialmente com biológicos, são indispensáveis para controle da praga. “A inoculação em massa de Metarhizium no canavial traz diversos benefícios, sendo um deles a ativação de foto ativadores que, por sua vez, melhoram alguns processos fisiológicos da planta e consequentemente o controle da praga. Então, tem-se um canavial mais sadio e um controle de praga mais eficiente”, comenta. Ademais, o acompanhamento constante das lavouras e a realização de testes de detecção precoce são fundamentais para proteger a saúde das plantações de cana-de-açúcar e garantir a sustentabilidade da cultura. “O uso dessas práticas, juntamente com um controle preventivo são cruciais para maximizar a produtividade. A cana-de-açúcar é um pilar da agricultura brasileira, e proteger essa cultura é essencial para o desenvolvimento sustentável do setor“, enfatiza. |