Cadeias de valor do café: melhorando a rastreabilidade na América Latina
Agências da ONU se unem para ajudar a região a rastrear melhor cada etapa da produção e distribuição do café, beneficiando agricultores, consumidores e o planeta.
20 de January de 2025
O café, um dos produtos agrícolas mais voláteis, sustenta os meios de subsistência de cerca de 25 milhões de latino-americanos, 90% dos quais são pequenos produtores.
No entanto, os cafeicultores da região enfrentam desafios cada vez maiores devido a desmatamento, degradação do solo e mudanças climáticas, incluindo padrões climáticos imprevisíveis e aumento nas infestações de pragas.
Para ajudar a enfrentar esses desafios, a ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e o Escritório Regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para a América Latina e o Caribe (PNUD/RBLAC) uniram forças para melhorar a rastreabilidade nas cadeias de valor do café na região. A nova parceria foi anunciada em dezembro, durante o Fórum Global de Produtos Básicos 2024.
Os sistemas de rastreabilidade podem ser transformadores, permitindo mais transparência na cadeia de suprimento do café e oferecendo aos agricultores que produzem de forma sustentável a possibilidade de se diferenciarem.
Ao rastrear o café desde a fazenda até a xícara, esses sistemas promovem práticas agrícolas ambientalmente responsáveis e fornecem aos consumidores informações necessárias para tomar decisões éticas.
Isso, por sua vez, aumenta a demanda por café cultivado de forma responsável, promovendo a sustentabilidade a longo prazo e a viabilidade econômica em toda a cadeia de valor.
Como essa nova parceria pode ajudar?
A nova parceria aproveita a experiência da UNCTAD em comércio, pesquisa e harmonização regulatória, junto com a presença territorial e o conhecimento do PNUD em governança, crescimento econômico inclusivo e desenvolvimento sustentável.
O objetivo é apoiar práticas de produção de café que garantam o cumprimento de padrões, protejam a biodiversidade, empoderem comunidades locais e promovam o crescimento econômico inclusivo.
As agências da ONU trabalharão com governos, empresas e organizações da sociedade civil para proteger os direitos dos pequenos produtores, mulheres e comunidades indígenas, promovendo sua participação ativa e garantindo uma distribuição equitativa dos benefícios das transições para uma agricultura sustentável.
Como primeiro passo, ambas as organizações desenvolverão conjuntamente uma proposta de projeto para o fortalecimento de capacidades em 2025, direcionada a três países produtores de café na América Latina.
Sujeito ao financiamento de doadores, a parceria também explorará diálogos de políticas específicas, ferramentas inovadoras de rastreabilidade e projetos de pesquisa baseados em dados para ajudar a fechar as lacunas entre os cafeicultores locais e os mercados internacionais.