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Amazônia ganha mais um impulso para o desenvolvimento sustentável
A Amazônia ganha mais um impulso para o desenvolvimento sustentável. Nesta quarta-feira, 26, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) oficializou um aporte de R$ 2 milhões no Fundo Catalítico da Facility de Investimentos Sustentáveis (FAIS), plataforma de financiamento de negócios sustentáveis na Amazônia vinculada ao Instituto Amazônia+21. Com o investimento, a ABDI passa a integrar o conselho estratégico do fundo e a compartilhar sua governança com entidades de peso, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Banco da Amazônia, a Energisa e os institutos Itaúsa, Arapyaú e Clima e Sociedade (ICS). Durante a cerimônia, realizada na sede da ABDI, em Brasília, o presidente Ricardo Cappelli destacou a importância da iniciativa, ressaltando que o investimento no fundo não se trata apenas de recursos financeiros, mas também de um compromisso com a definição de diretrizes estratégicas para a região. “Para a ABDI, é uma grande alegria não só participar do investimento, mas também do conselho que vai debater as diretrizes e os projetos de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Moram quase 30 milhões de pessoas na Amazônia brasileira e a gente precisa apresentar alternativas de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Não há contradição entre desenvolvimento e sustentabilidade. Não há contradição entre fortalecer a indústria brasileira e preservar o meio ambiente”, declarou. O recurso será destinado à criação de projetos para negócios sustentáveis na região da Amazônia em setores como bioeconomia, agricultura de baixa emissão e florestas, energia renovável e biocombustíveis, turismo sustentável e economia criativa. A diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, também enfatizou a relevância da participação da Agência no Fundo Catalítico Amazônia. “A participação da ABDI como investidora nesse Fundo é de máxima importância, tendo em vista que o volume de recursos e investimentos que efetivamente chegam às empresas e comunidades da Amazônia é muito inferior às suas reais necessidades. É um jeito ousado de investir recursos públicos no apoio a projetos para o desenvolvimento com sustentabilidade”, disse. Desenvolvimento sustentável O presidente do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé, reforçou que a Facility terá um papel fundamental na conexão entre o setor financeiro e os projetos sustentáveis na Amazônia. “Esse é o papel disruptivo que a Facility promoverá no desenvolvimento sustentável da Amazônia, com foco em todos os setores da economia verde, de baixo carbono, mas principalmente da bioeconomia, que é um guarda-chuva do tamanho da Amazônia e que, numa lógica de desenvolvimento de bioindústrias, permitirá, em todos os níveis e todas as escalas, endereçar soluções efetivas para a geração de emprego e renda, de riqueza, de prosperidade e de dignidade para o povo amazônico”, confirmou Thomé. A diretora-executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, Vanessa Grazziotin, reforçou a necessidade de acelerar os investimentos na região e destacou a relevância da COP 30, que será realizada na Amazônia. “Quando a gente fala de floresta, quando a gente fala de bioma, quando a gente fala de água, a gente não pode falar de fronteiras, porque elas inexistem. Esse é um ano de COP, a primeira COP na Amazônia. A gente tem que estar preparado não só para falar, mas para mostrar e acelerar radicalmente o ritmo de como a Amazônia é tratada, como é vista e, principalmente, como é apoiada”, apontou a diretora. O gerente do Departamento Regional da Finep, Wadson Ribeiro, ressaltou o papel da ABDI e da Finep na modernização da indústria brasileira com foco na sustentabilidade. “A Finep e a ABDI têm sido duas instituições brasileiras que desempenharam um papel de bastante relevância nesse momento em que o Brasil busca retomar, por meio do NIB, novos investimentos que dizem respeito à modernização da indústria brasileira. Além dessas inovações para tornar a indústria mais moderna e mais competitiva, o mundo também exige, hoje, uma indústria mais sustentável. O Brasil pode liderar esse esforço global, não apenas pelas demonstrações que o Brasil já dá em relação à preservação do meio ambiente, sobretudo no último período, com diminuição de desmatamento do cerrado, de desmatamento na Amazônia, de controle, exemplo, de garimpo ilegal, mas, sobretudo, conduzir no que há de ponta desses investimentos de inovação”, ressaltou Ribeiro. Por fim, o diretor de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico da ABDI, Carlos Geraldo Santana, destacou a importância histórica da parceria com o Instituto Amazônia+21. “Essa parceria da ABDI com o Instituto Amazônia+21, isso é um marco na história do Brasil. A ABDI está dando um passo na história do Brasil. E se nós não olharmos para a sustentabilidade, se não fizermos o crescimento do Brasil, o crescimento da Amazônia, sem olhar para a sustentabilidade, certamente nós vamos estar fadados ao fracasso”, enfatizou. Sobre a Facility A Facility é uma plataforma estruturante baseada na estratégia de blended finance, que combina diferentes fontes de financiamento para potencializar investimentos sustentáveis. Sua atuação ocorre por meio de quatro frentes integradas: investimento, engajamento, assistência técnica e geração de conhecimento.Nos primeiros três anos, a meta é captar R$ 600 milhões, beneficiando 260 projetos, iniciativas e negócios na Amazônia. A longo prazo, o objetivo é expandir esse impacto, alcançando R$ 4 bilhões em investimentos ao longo de uma década. Entre os benefícios para doadores e investidores estão a contribuição no combate à mudança climática e na conservação do meio ambiente e da biodiversidade. Impactos esperados Com o aporte financeiro, a ABDI busca gerar impactos positivos concretos na região Amazônica brasileira. Entre as iniciativas a serem implementadas, estão: o apoio direto a micro e pequenas empresas (MPEs) da economia verde, inclusive com um escritório de projetos, para que essas pequenas empresas possam acessar recursos disponíveis em editais no Brasil e no mundo; o estímulo a cadeias produtivas sustentáveis, com projetos nas áreas de bioeconomia, energia limpa, turismo sustentável e agricultura de baixocarbono; a conservação da biodiversidade e combate às mudanças climáticas; e a geração de empregos qualificados e melhoria das condições de vida das populações locais, respeitando as culturas e modos de vida tradicionais. |