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Setor pet projeta crescer apenas 3,5% em 2025, com faturamento de R$ 78 bilhões

Projeção, com base nos números do 1º trimestre, é a menor desde 2019, e aponta estagnação do setor causada pela alta carga tributária e desafios cambiais

São Paulo – O setor pet deve fechar 2025 com um faturamento de R$ 78 bilhões, segundo levantamento da Abinpet e do Instituto Pet Brasil, com base nos dados do 1º trimestre de 2025. Apesar do valor superar os R$ 75,4 bilhões de 2024, indicam o menor crescimento do setor como um todo desde 2019, quando ele registrou 3% no comparativo com 2018.

As entidades avaliam que, junto da inflação, câmbio e desaceleração do consumo são as influências negativas. No caso do câmbio, o valor do dólar influencia no preço de ingredientes que são utilizados no pet food e são considerados commodities, como farinhas vegetais e animais.

“Nosso setor é robusto, mas a revisão da projeção de faturamento para baixo e a queda na produtividade em 2024 já haviam sido um alerta de que precisamos de um ambiente mais competitivo para as empresas e mais atraente para o consumidor final. As empresas precisam de incentivos como a redução da carga tributária, para produzir mais e oferecer preços mais atraentes”, aponta José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet.


Apesar do gargalo, o pet food deve seguir como o maior produto dentro do market share brasileiro com 53,3% do faturamento, um crescimento de 1,95% em relação a 2024. Em seguida, a venda total de animais (10,9% ou R$ 8,4 bilhões) e os produtos veterinários (pet vet, com 10,5% ou R$ 8,2 bilhões) fecham o pódio. O maior crescimento, no entanto, é dos serviços gerais, com 7,7%.


“Os números da nova projeção não apontam nenhuma queda, mas o aparente crescimento dos segmentos pet não leva em conta a perda de produtividade do nosso setor, principalmente no que diz respeito ao pet food, e nem os descontos que devem ser feitos por conta da inflação. Quando tudo isso é levado em conta, temos um quadro de estagnação ou até de leve recessão”, calcula Caio Villela, presidente-executivo do IPB.


Vale lembrar que a produção de pet food teve, pela primeira vez na história, registro de queda em 2024 (-0,6%), no último ano. Caso o setor continue sem nenhum aceno do Governo Federal em relação a sua inclusão na lista de setores essenciais para a economia, a queda deve ser mais acentuada em 2025.


Reforma tributária | Um estudo econômico apresentado pela Abinpet e o IPB em Brasília em 2024 demonstrou os benefícios que seriam gerados para todo o país com a isenção tributária para o setor pet. De acordo com os levantamentos encomendados pelas entidades, a isenção de 60% poderia alavancar a produção industrial para até 9 milhões de toneladas anuais em potencial, e aumento geral, levando em conta toda a oferta de produtos e serviços, de 210% na arrecadação de impostos. “Acreditamos que a inclusão do setor pet nas alíquotas reduzidas é uma questão de justiça tributária e de saúde pública. Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam o potencial do setor quando há condições favoráveis. Vamos continuar lutando por essa causa”, diz Galvão de França.

Sobre a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação

A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) representa uma indústria que congrega os segmentos pet food (alimento e ingredientes), pet vet (medicamentos veterinários) e pet care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza). A entidade fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o desenvolvimento de seus associados. Também atua para aumentar a percepção de que os benefícios da relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a toda a sociedade.

Mais informações: imprensa@abinpet.org.br

Sobre o Instituto Pet Brasil

O Instituto Pet Brasil (IPB) nasceu em 2013 para estimular o desenvolvimento do setor Pet, composto pelos pilares criação, produtos e serviços para animais de estimação. A entidade lidera projetos de fomento ao conhecimento, ao empreendedorismo e à inovação, com o objetivo de profissionalizar toda a cadeia pet. Nosso objetivo é construir um setor profissionalizado, e fortalecer a relação entre seres humanos e animais de estimação, que comprovadamente é benéfica para a saúde e o bem-estar de ambos.

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