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AGRIBUSINESS: Governadores de Goiás e SP cutucam gestão Lula

Wandell Seixas

Ao participarem do Global Agribusiness Forum 2025, hoje, no Estádio Allianz Parque, em São Paulo, os governadores Ronaldo Caiado (GO), Tarcísio de Freitas (SP), Carlos Massa Ratinho Junior (PR), Rafael Fonteles (PI) e Eduardo Riedel (MS) teceram considerações sobre os rumos do agronegócio brasileiro. Mas, não deixaram de lado o governo Lula e o petismo.

O governador Tarcísio de Freitas afirmou que em São Paulo não tem “invasão de terra” e nem “abril vermelho”, em uma referência à Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

“Aqui em São Paulo não tem invasão de terra, não tem ‘abril vermelho’, não tem ‘carnaval vermelho’. Aqui só tem azul, verde e amarelo”, disse durante uma palestra no Global Agribusiness Festival. “O agronegócio de São Paulo é uma fortaleza. Estamos regularizando os assentamentos, ligando a agroindústria ao assentamento. A gente está prestigiando um agro que só nos dá alegria”, disse Tarcísio. O governador acrescentou que é “necessário tornar a legislação mais dura e [que é preciso] uma atitude do governo federal”, em referência às ocupações.

A fala de Freitas foi seguida por uma intervenção do governador Ronaldo Caiado, que criticou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e se voltou a se colocar como possível candidato à Presidência nas eleições de 2026. 

“É um governo sem planejamento, um gasto perdulário, muito mais populista do que realmente voltar a atenção para o que a sociedade espera de um governo federal. E como eles não são simpáticos à agropecuária, nunca deram a atenção que o setor merece com a relevância que tem”, disse Caiado.

Conhecido por ser um dos políticos “cabeça branca” do conservadorismo, o governador também usou tom repressivo para falar do MST. “Eles podem querer fazer o movimento de sem terra sem serem admoestados. Em Goiás, vão para a delegacia e respondem pelo processo de invasão de terra. Em 2026 vocês podem arregaçar as mangas, porque nós vamos ganhar as Eleições de 2026”, afirmou o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também sob aplausos da plateia. 

Caiado também elogiou o Batalhão Rural, criado em 2019 exclusivamente para fazer o policiamento rural do estado. “Não tem espaço para bandido no estado do Goiás. O Batalhão Rural, com as minhas caminhonetes e com o armamento mais moderno que tem, está num combate direto. Hoje o cidadão mora na propriedade dele com tranquilidade, e nós estamos combatendo a criminalidade no estado”, disse.

O evento ocorre no Allianz Parque, na zona oeste de São Paulo, entre quinta e sexta-feira (6). Além dos governadores “do agro”, como os próprios se intitulam, estiveram presentes ao longo da manhã o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, a senadora Tereza Cristina e integrantes do secretariado paulista.

Estratégias de aproximação com o agro

O Global Agribusiness Fórum é um ponto de encontro significativo para a classe política e o setor agro, com a presença de pelo menos oito governadores e uma série de atividades que diversificam a experiência do público, como aulas de churrasco e shows de artistas sertanejos. O ingresso para o evento tem um custo elevado, o que destaca a exclusividade e a busca por um público de elite.

Governadores como Ratinho Júnior e Caiado têm participado de vários eventos do agronegócio pelo país, consolidando sua imagem entre os agricultores e ganhando visibilidade. O prestígio no setor pode ser um fator crucial na corrida presidencial. Essa presença em festivais e eventos de relevância significa uma aproximação estratégica que visa criar laços e garantir suporte político para os futuros desafios eleitorais.

Declarações de governadores sobre o futuro político

Caiado, um dos destaques no festival, reafirmou a confiança em uma candidatura da direita em 2026, afirmando: “Tem coisa melhor de ver o gráfico do Lula afundando e a gente subindo?” Essas palavras foram ditas em um painel onde o governador fez questão de ressaltar a importância de um candidato forte que represente os interesses da direita.

No entanto, Tarcísio adotou um tom mais cauteloso ao evitar críticas abertas ao governo atual. Em uma conversa rápida com jornalistas, ele pontuou que ainda é cedo para abordar a eleição, destacando que “a eleição é no ano que vem. Tem que pensar em dar resultado”. Essa postura pode indicar uma estratégia de não desgastar seu nome antes da hora.

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