Banco Mundial: Água é a base de um planeta habitável

Wandell Seixas

O Banco Mundial lançou uma nova estratégica hídrica visando garantir o uso eficiente e sustentável da água, através da divulgação do relatório Financiando um Futuro Seguro de Água. Justificativa básica: benefício das pessoas, dos alimentos e do planeta. Pondera que a água “é o recurso mais valioso para os seres humanos, mas é subestimado. Ajuda a sustentar pessoas, cultivar alimentos, impulsionar economias e apoiar ecossistemas”. E observa: – No entanto, esse ativo vital está sob maior pressão do que nunca. Para alcançar um mundo sem pobreza em um planeta habitável, precisamos transformar a maneira como os recursos hídricos são usados ​​e gerenciados.

Segundo a instituição, “a água é essencial para o emprego, os meios de subsistência e a prosperidade das economias. Nenhum país pode alcançar prosperidade duradoura sem garantir seu futuro hídrico. Um abastecimento confiável de água aumenta a produtividade na agricultura, energia e indústria — setores que empregam milhões de pessoas, especialmente em países de baixa renda”.

O BM argumenta que escassez de água pode acabar com empregos, como aconteceu durante a seca de 2018 na Cidade do Cabo, que levou à perda de meios de subsistência de 20.000 trabalhadores rurais. Por outro lado, a gestão inteligente dos recursos hídricos cria oportunidades: na República Democrática do Congo, espera-se que um programa de acesso à água gere quase 30.000 novos empregos.

O acesso à água limpa e ao saneamento também melhora a saúde pública e libera tempo, permitindo que mais pessoas — especialmente mulheres — participem da força de trabalho. Investir na segurança hídrica não é apenas uma questão de sobrevivência; Trata-se também de construir economias mais fortes e resilientes.

Fornecer e manter serviços de abastecimento de água e saneamento exige grandes investimentos públicos e privados, bem como políticas, instituições e regulamentações aprimoradas para promover a eficiência e reduzir o desperdício. Atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em matéria de água e saneamento requer entre 131 mil milhões de dólares e 140 mil milhões de dólares (i) anualmente, um valor quase o dobro do nível atual de financiamento público.

Investimentos mais eficazes

O relatório do Banco Mundial revela deficiências significativas no setor de água, incluindo taxas de execução orçamentária muito baixas, perdas de produtividade e ineficiências. Além disso, os subsídios existentes são mal distribuídos e não beneficiam os pobres nem incentivam o desempenho. Medidas que melhoram a eficácia dos gastos governamentais, como capacitação, reformas nos preços da água e reformas nos serviços públicos, fortalecerão o setor e atrairão mais financiamento privado e capital internacional para acelerar o progresso.

Mobilização de financiamento e inovação

Na visão do Banco, “o setor privado traz vantagens únicas para enfrentar os desafios relacionados à água. As empresas privadas estão bem posicionadas para inovar, por exemplo, criando novos mecanismos de financiamento e desenvolvendo novas aplicações tecnológicas. A colaboração pode aumentar o financiamento, a eficiência operacional e a especialização”. O Grupo Banco Mundial incentiva a participação do setor privado promovendo reformas regulatórias, melhorando a gestão do setor hídrico e reduzindo o risco de investimento por meio de assistência técnica e vários instrumentos de financiamento e produtos de redução de risco.

Conclui alertando que a inovação é essencial para resolver os problemas hídricos do mundo, mas o setor hídrico tem sido lento na adoção de novas tecnologias. Menos de 10% dos serviços de água em países de baixa e média renda usam ferramentas como inteligência artificial, análise de big data ou gêmeos digitais. Enquanto isso, os avanços na tecnologia de sensores, computação e gerenciamento de dados oferecem maneiras poderosas de monitorar a qualidade da água, dinamizar o fornecimento e melhorar a tomada de decisões.

Na visão do Banco, “para acelerar o progresso, políticas e incentivos devem ser desenvolvidos para encorajar a inovação, investir em financiamento para dimensionar novas soluções e garantir o aprendizado contínuo para que os profissionais da indústria possam acompanhar as novas tecnologias. Ao adotar a inovação, os sistemas hídricos podem se tornar mais inteligentes, mais eficientes e mais resilientes, impulsionando a sustentabilidade e o crescimento econômico”.