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Brasil dá show rural graças à boa safra de pesquisadores e extensionistas

Wandell Seixas *

Vivo o agro há algumas décadas. Vi a Embrapa nascer e gradualmente transformar o Brasil numa potência agropecuária. Jamais imaginável: superando os Estados Unidos em índices de produtividade. Vi nascer a Emgopa, com seus pesquisadores contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento tecnológico de Goiás. A Acar se transformou em Emater. Quanta história relevante, quantos técnicos surgiram das multisafras de pesquisadores e extensionistas exclusivos para o campo.

Vi um Antônio Flávio Lima, um pernambucano que veio dar a sua contribuição para o agro goiano. Na Secretaria da Agricultura, ele respondia aos incrédulos dos cerrados que adubando a terra, as plantações prosperavam. E observava que o calcário, por exemplo, não precisava viajar tanto para ser aplicado. Hélio Ferreira da Cunha, idealizou um projeto com foco de fertilidade do solo, no que foi seguido de perto por Gil dos Santos, ambos da Emater/Fialgo.

Com satisfação recebo, pessoalmente, do Gil dos Santos, mineiro que ajudou a impulsionar a atividade rural goiana, inclusive o algodão, dados sobre a correlação entre as estimativas da população de plantas e de produtividade. Sem dúvida, um trabalho impressionante. E são muitas essas figuras que deixaram e ainda deixam um legado para o desenvolvimento tecnológico, econômico e social. E explicam a razão da credibilidade no agro mundo afora. Fico, também, orgulhoso dessa missão em prol do Brasil rural.

Em Goiás, no processo de agregação dos produtores e da comercialização sentimos a presença, ainda, de entidades como a Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento; Faeg, OCB-Go, SGPA, Fundepec e a rede de sindicatos rurais patronais e dos empregados.

A Faeg parece a Fórmula 1 na busca de novos mercados e conhecimentos das atividades pecuárias e agrícolas. Acompanhei uma delegação, comandada pelo então presidente João Bosco Umbelino dos Santos, aos Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália. Os produtores de Goiás, tão cuidadosos com os sistemas de confinamento de gado, viram que na Califórnia os animais viviam em meio à profusão de fezes.

Na Nova Zelândia e Austrália perceberam a concorrência nas áreas de mercado e comportamento sanitário. Dificuldades maiores quanto às exportações para a Ásia. Hoje, no entanto, os brasileiros contribuem para o abastecimento da China. Os pecuaristas aprenderam muito também na área de pastagem, alimentação dos animais. Se a Faeg marcou presença nesses países, aprendeu muito ainda com os Estados do Sudeste e Sul do País, e ainda na Argentina.

O Senar complementa os ensinamentos. Ele promove a educação profissional, a assistência técnica e as atividades de promoção social. Contribui, assim, para um cenário de crescente desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e de avanços sociais no campo. Na realidade, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural complementa o trabalho da Emater. A OCB-Goiás tem no cooperativismo uma atuação digna de ser ressaltada. Merece, inclusive, um capítulo à parte. A SGPA tem a sua parte nas exposições agropecuárias. E o Fundepec no fomento pecuário.

Wandell Seixas – Jornalista voltado para o agronegócio, escreve no Diário da Manhã, edita o portal Abrindo a Porteira e autor dos livros “O agronegócio passa pelo Centro-Oeste” e História da SGPA – Domando o Boi pela Genética

Imagem: Extensionistas recebem homenagem da Assembleia Legislativa

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