Câmara Técnica de Conciliação da Cadeia Láctea soma novos avanços
Aconteceu nesta segunda-feira (27) mais uma reunião da entidade na sede do Fundo Emergencial para a Sanidade Animal de Goiás (Fundepec)em Goiânia. Na avaliação dos, essa Câmara Técnica de Conciliação tem conseguido avanços importantes para todos que lidam com a cadeia láctea e suas pretensões quando o assunto envolve negócios. A última reunião foi a de número 19 e participaram representantes do Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios), Comissão de Pecuária de Leite da FAEG que representa os produtores, AGOS (Associação de Supermercados), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Economia, além de convidados.
Essas reuniões tiveram início em 2019 e sempre são realizadas na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esta última, atendeu a um convite do Fundepec-Goiás. Existe unanimidade entre os presentes no sentido de que muita coisa evoluiu ao longo desses anos, e muitas arestas foram aparadas graças as transparências que vêm sendo cobradas de todos os envolvidos e as mediações por parte do governo do estado. A cadeia láctea é tida como uma das mais complexas em se tratando de cadeias de produção de proteína animal. São vários elos e todos eles bem posicionados em suas pretensões de negócios cujo foco principal é o preço pago ao produtor.
Para se chegar a um denominador comum para definir o preço do leite captado na fonte, faz-se uma pesquisa de mercado envolvendo os principais produtos lácteos que representam bem o setor: queijo muçarela, leite em pó integral, leite UHT integral, leite condensado e creme de leite a granel. A partir das oscilações relativas às vendas desses produtos no comércio varejista, é que se define o índice a ser pago na compra da matéria prima, no caso leite na fazenda. A definição desse índice tem a participação do governo do Estado buscando expertise de se lidar também com estatísticas.
Segundo os participantes, as atuais negociações têm buscado caminhos menos conflitantes. É claro que não há total harmonia entre todos os entes na busca de um denominador comum. Porém, é fato que as atuais demandas da Câmara Técnica de Conciliação da Cadeia Láctea têm tidos altos ganhos.
Goiás tem conseguido resultados tão importantes que já serviu de modelo para outras regiões. No Mato Grosso do Sul, esse tipo de negociação já foi implantado e, na reunião de ontem no Fundepec, foram registradas as presenças de duas importantes visitas da Bahia, Paulo Emílio da Comissão de Leite e Rafael Teixeira diretor do Sindileite daquele estado nordestino. Aqui, eles vieram buscar subsídios também para a implantação de uma Câmara Técnica de Conciliação da Cadeia Láctea Baiana. Em depoimentos, ficaram entusiasmados com os resultados obtidos em Goiás.
PARTICIPAÇÃO DA CNA
Quem participou também da reunião através de “live”, foi o Assessor Técnico em Pecuária de Leite da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o Zootecnista Guilherme Souza Dias. Ele discorreu sobre dois importantes temas: Antidumping contra o leite em pó e o Mercado Futuro do Leite. Sobre o antidumping, explicou que a CNA está pleiteando junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), medidas contra dois países ,Argentina e Uruguai que adotam práticas nefastas contra o Brasil, quando o assunto é o leite em pó. Explicou que os processos estão na fase de coletas de provas e depoimentos e que a CNA espera ser vitoriosa nessa empreitada. Sobre o Mercado Futuro do Leite os dados vêm sendo analisados no que se refere ao comportamento de mercados por parte de especialistas e, dentro em breve, eles poderão ser repassados aos interessados do setor lácteo que buscam mais segurança para investimentos.
A reunião teve também dois depoimentos interessantes: Augusto de Araújo, Superintendente da Associação Goiana de Supermercados, disse que esse setor tem recebido críticas por parte dos consumidores no sentido de que os varejistas que estão na ponta da cadeia quando o assunto é venda, manipulam preços. Ele disse que isso não existe. Pelo contrário, muitas vezes os laticínios aumentam seus preços e os supermercados não os repassam para os consumidores porque o leite é também uma grande ferramenta de marketing no sentido de que, em sua esteira, mantém a fidelidade de uma boa fatia de público que busca nesses centros comerciais, outros tipos de produtos.
Outro depoimento foi de Paulo Roberto Scalco, Gerente de Projeções e Análises Fiscais da Secretaria de Estado da Economia. Segundo ele, a participação do governo nessa Câmara Técnica de Conciliação da Cadeia Láctea é tão somente no sentido de fornecer dados confiáveis para que se busque mais transparência por parte de todos os entes envolvidos, dentro desse seguimento tão complexo. Isso tem alcançado resultados positivos e até que se avance mais, o governo do estado certamente se fará presente em todas as reuniões.
Texto e fotos: Imprensa Fundepec-Goiás