De açougue a líder global multiproteínas: a história da JBS

De açougue a líder global multiproteínas: a história da JBS
A história da JBS começa de forma modesta, em 1953, com a fundação da Casa de Carnes Mineira por José Batista Sobrinho, o “Seu Zé Mineiro”, em Anápolis (GO). O primeiro impulso relevante veio com a construção de Brasília, quando o pequeno açougue passou a fornecer carne bovina para os canteiros de obras da nova capital. A partir daí, a empresa iniciou um processo contínuo de crescimento e diversificação que a transformaria, ao longo de sete décadas, na maior companhia de alimentos do mundo.
A criação da marca Friboi, em 1970, consolidou a presença nacional da empresa no segmento de carne bovina. A partir dos anos 1990, com os filhos de Seu Zé à frente, a empresa passou a mirar mercados internacionais. A aquisição de uma planta do grupo Anglo em 1996, em Goiânia, abriu caminho para as exportações. Poucos anos depois, a compra da fábrica de Andradina (SP) marcou a entrada da empresa em produtos com valor agregado, inclusive com a primeira exportação de carne industrializada para os Estados Unidos.
Em 2004, o antigo prédio do grupo Bordon (cujas marcas hoje fazem parte do portfólio da JBS) em São Paulo se tornou a nova sede da Friboi. Atualmente, o complexo abriga as unidades de negócios JBS Brasil, Seara, JBS Couros e JBS Novos Negócios, entre outras, além da J&F Holding e suas empresas (Âmbar, Eldorado Brasil, LHG Mining), e o Instituto J&F.
A expansão global da Companhia teve início em 2005, com a aquisição da Swift Armour na Argentina, a maior e mais reconhecida empresa do setor naquele país.
Mais um passo importante no desenvolvimento da Companhia ocorreu em 2007, com a abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo. Foi o maior IPO registrado no mercado nacional até então, com a venda de 150.000.000 de ações ordinárias, com um lucro líquido total de R$ 1,15 bilhão. O nome JBS, as iniciais de José Batista Sobrinho, foi adotado em homenagem ao fundador.
Logo após esse marco, veio a aquisição da Swift nos Estados Unidos e na Austrália (2007), um passo transformacional para a Companhia. Em pouco tempo, a JBS implementou um turnaround que faz a Swift voltar aos resultados positivos. Quando a JBS adquiriu a Swift, a empresa tinha um Ebitda negativo de US$ 400 milhões. Um ano depois da compra, já reportava uma Ebitda positivo de US$ 400 milhões. Em seguida, foram realizadas as compras do australiano Tasman Group (2008) e da divisão de bovinos da Smithfield Beef (2008), nos EUA.
Um marco decisivo veio em 2009 com a compra da Pilgrim’s Pride Corporation nos Estados Unidos. Adquirida por US$ 800 milhões em meio a uma concordata, a empresa foi recuperada, passou a pagar dividendos — mais de US$ 3,5 bilhões desde então — e hoje vale cerca de US$ 11,5 bilhões na Nasdaq, sendo uma das maiores produtoras de frango do mundo. Essa operação marcou a entrada definitiva da JBS em aves e alimentos preparados.
Também em 2009, a Companhia expandiu sua atuação com a incorporação de ativos da Bertin, que introduziu novas unidades de negócios, como a JBS Couros e a Ambiental, focada em reciclagem. a Ambiental, Campo Forte, Genu-in, BioPower, Novapron, Casings, H&B, entre outros.
Em 2011, a JBS ingressou na produção de charcutaria italiana com a aquisição da Rigamonti, líder global na produção de bresaola. Posteriormente, em 2021, a empresa ampliou sua participação no setor com a aquisição do Grupo Kings, que inclui também a marca Principe, e é líder de mercado na produção do Prosciutto di San Daniele D.O.P. e tem atuação relevante na fabricação de Prosciutto di Parma D.O.P.
Presente há mais de 65 anos nos lares brasileiros, a Seara foi adquirida pela JBS em 2013. Hoje, a empresa conta com um amplo portfólio de produtos de valor agregado, em mais um exemplo de turnaround bem-sucedido. Quando e empresa foi adquirida registrava um Ebitda negativo de R$ 1,4 bilhão. Em um ano, a Companhia passou a registrar um Ebitda positivo de R$ 1,4 bilhão. Hoje, conta com 38 unidades de processamento de aves e suínos, com capacidade diária de mais 5 milhões de aves e 26 mil suínos. Além disso, opera 25 fábricas de alimentos preparados, com capacidade para uma média mensal de 125 mil toneladas.
Em 2019, a JBS entrou no mercado plant-based, com a marca Incrível!. Nesse segmento, a Companhia também adquiriu a Vivera (2021), terceira maior produtora na Europa e presença em mais de 25 países.
A JBS adquiriu a empresa espanhola BioTech Foods em 2021, marcando sua entrada no mercado de proteína cultivada, e anunciou a criação do Centro de Biotecnologia Avançada, em Florianópolis. A empresa é uma das líderes no desenvolvimento de biotecnologia para a produção de proteína cultivada.
No mesmo ano, a Companhia estreou no negócio de aquicultura com a aquisição da Huon, a segunda maior produtora de salmão na Austrália, marcando sua entrada na aquicultura, categoria que tem registrado forte crescimento globalmente.
Um novo segmento de proteína se agregou ao portfólio em janeiro de 2025, com a aquisição de 50% do controle da Mantiqueira Brasil, a maior produtora de ovos da América do Sul. A empresa produz quatro bilhões de ovos por ano. É a maior do setor na América do Sul e décima do mundo. Possui unidades em seis estados do Brasil e emprega três mil funcionários.
A partir de um portfólio multiproteínas e marcas fortes, a JBS é a maior produtora mundial de frango, carne bovina e alimentos preparados, e a segunda maior em carne suína. Na América do Sul, com a Mantiqueira Brasil, é a maior produtora de ovos. No Brasil, é a maior produtora de plant-based e, na Austrália, a segunda maior produtora de Salmão.
Hoje, a JBS conta com mais de 250 unidades produtivas em 17 países, 280 mil colaboradores, atende mais de 300 mil clientes e tem produtos presentes em mais de 180 países. Mais de 150 marcas compõem seu portfólio, incluindo nomes reconhecidos como Seara, Friboi, Swift, Pilgrim’s, Moy Park, Primo, Richmond e Wild Fork.
A receita líquida da companhia alcançou US$ 77 bilhões em 2024. Desse total, 52% da receita veio de operações nos Estados Unidos, 26% do Brasil, e o restante de países como Austrália, Canadá, México e Europa. O consumo, por sua vez, é igualmente global: 51% nos EUA, 12% no Brasil, 12% na Ásia, 8% na Europa e 4% no Oriente Médio e África.
A diversificação tem contribuído para a redução da volatilidade e a elevação das margens. Entre 2019 e 2024, a margem EBITDA média da JBS saltou de 5,1% para 9,5%, impulsionada pelo crescimento dos negócios de valor agregado. A empresa encerrou 2024 com geração de caixa livre de US$ 2,8 bilhões e segue comprometida com a desalavancagem, pagamento de dividendos e reinvestimento estratégico.
Em junho de 2025, de acordo com o cronograma estimado pela empresa, a JBS dará início a um novo capítulo com a aprovação de sua dupla listagem: passará a ter ações negociadas tanto na B3 quanto na Bolsa de Nova York (NYSE). A estrutura permitirá acesso ampliado a investidores globais, aumento de liquidez, redução no custo de capital e potencial valorização das ações — aproximando a companhia de seus pares norte-americanos em termos de governança, múltiplos e visibilidade.
Plataforma diversificada de proteínas e geografias
1º Frango
Produtor global de frango
Líder de mercado no Brasil, Europa e EUA. Posição de liderança no México.
1º Carne Bovina
Produtor global de carne bovina
Líder de mercado na Austrália, Brasil e EUA. Posição de liderança no Canadá.
2º Carne Suína
Produtor global de carne suína
Posições de liderança na Austrália, Brasil, Europa e EUA.
1º Alimentos Preparados
Líder de mercado na Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. Posições de liderança no Brasil, México e EUA.
1º Alimentos à Base de Plantas no Brasil e 3º na Europa
Produtor de alimentos à base de plantas no Brasil
2º Salmão
Produtor de salmão na Austrália
1º Ovos
Produtor de ovos na América do Sul