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Drone é a salvação da lavoura em Goiás e no Brasil

Wandell Seixas

O uso crescente dos drones no Brasil em decorrência do fortalecimento do agronegócio. Goiás se insere nesse contexto ao lado de estados como São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Minas Gerais. De acordo com a Anac, o Brasil conta com mais de 170 mil drones registrados. Esses registros podem ser feitos pelo sistema on-line. Mais de 6.500 operam no meio rural para pulverização e aplicação de outros insumos agrícolas. A tecnologia permite que o produtor acompanhe o desenvolvimento das lavouras, aplique insumos de forma mais precisa, além de reduzir custos operacionais. É uma ferramenta de alta tecnologia que auxilia no planejamento e execução dos trabalhos.

Em Goiás, o Senar oferece curso gratuito de operação de drones, incluindo o fornecimento de equipamentos e materiais didáticos para os alunos. Segundo Dirceu Borges, superintendente doSenar, o interesse pelo curso tem aumentado consideravelmente. “Com o uso do drone é possível gerenciar e tomar medidas acertadas e com precisão”, observa.

Gilson Costa, produtor de leite em Itaberaí, é um adepto dessa tecnologia e apresenta os resultados através de vídeos ao repórter. A operação consistiu na pulverização contra pragas na lavoura de milho. Segundo ele, se fosse usar um trator demandaria muito mais tempo, e poderia danificar o solo. Há gastos, no entanto, com carregamento da bateria, mas sem maiores transtornos. “Tudo é feito no local e na mesma hora”, aponta.

Daniel Batista, também produtor em Itaberaí, é animado com os resultados dos drones, ante a praticidade das operações. Os custos numa ação pulverizadora com o uso do trator, por exemplo, observa que é igual a do drone. Mas, o trator danifica 3% a 4% do cultivo.  A via aérea evita esse prejuízo ao agricultor, observa. O sistema contribui, também, na economia de água. Ele usa uma marca chinesa. A China domina o mercado desses veículos aéreos não tripulados ou os drones.

            “Com a chegada de novas tecnologias e o crescimento de seu uso, os órgãos reguladores e de fiscalização, como a Agrodefesa, precisam se adaptar a essa nova realidade. No caso dos drones, a nossa legislação alcança esses operadores, uma vez que faz referência aos prestadores de serviço na aplicação de defensivos”, explica o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

 “O registro das empresas prestadoras de serviço é de suma importância para o controle e fiscalização por parte do Estado, uma vez que existem normas para a aplicação de defensivos que devem ser observadas, especialmente em relação a determinados agrotóxicos”, ressalta a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio.

Além do registro da empresa prestadora de serviço em aplicação aérea de agrotóxicos junto à Agrodefesa, existe também legislação específica nacional, orientada pelo Ministério da Agricultura, para a utilização dos drones.

Importações

 As importações de drones no Brasil somaram US$16 milhões, correspondentes a R$96 milhões, nos primeiros cinco meses de 2024, o que representa um aumento de 24,1% em relação ao mesmo período de 2023. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, que observa que em termos de unidades, o crescimento foi de 115%. Segundo o diretor executivo da Advanced Technologies Security e Defense, Bruno Cunha, alguns fatores podem ter contribuído para esse crescimento.

“O aprimoramento da tecnologia, o conhecimento das aplicações dessas soluções para diversos setores, a expansão de mercado e a falta de produção nacional, podem ter contribuído diretamente para esse aumento. Essa última condição se justifica por ser extremamente difícil competir com os preços dos drones fabricados na Ásia Oriental, mesmo com suas taxas e logísticas, além da complexidade das regulações brasileiras, que tornam as certificações demoradas e caras”, afirma Bruno.

Aplicações dos drones no agro ocorrem na pulverização agrícola na aplicação de defensivos e fertilizantes sem maior impacto ambiental. Equipado com câmaras de alta definição podem capturar imagens detalhadas das lavouras. Pode ser utilizado na distribuição das sementes e insumos de fora prática, economizando tempo. Facilitam o controle do número de plantas e até de animais em áreas de criação. E ainda contribuem para a segurança, identificando invasões, incêndios, entre outros.

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