FPA propõe medidas emergenciais para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul
Chuvas no estado já causam prejuízos de mais de R$ 1 bi ao setor![]() As intensas chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul já deixaram um rastro de destruição, resultando em prejuízos financeiros que ultrapassam os R$ 967,2 milhões. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), cerca de R$ 423,8 milhões correspondem aos danos na agropecuária. Esses números alarmantes abrangem apenas 25 dos 336 municípios que declararam estado de calamidade pública, sugerindo que o montante total de perdas seja ainda maior. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) atuou de forma organizada para buscar recursos imediatos junto ao setor agropecuário para garantir o acolhimento das famílias desabrigadas e enviar água, colchões, alimentos não perecíveis, veículos para resgate e recursos financeiros que ajudem no abrigo de milhares de pessoas atingidas pela tragédia. A bancada também acolheu as sugestões de diversos parlamentares para encaminhar de forma urgente junto ao governo federal e aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.Entre as medidas, a FPA busca mudanças no seguro rural e condições especiais para o pagamento de dívidas. O setor solicita, entre outros pontos, a prorrogação automática e imediata, por 12 meses, de todos os financiamentos do crédito rural. ![]() Outro ponto crucial abordado pelos parlamentares na reunião da FPA é a edição de uma Medida Provisória, proposta pela senador Irineu Orth (PP-RS), para garantir um prazo de 15 anos, incluindo 3 de carência, para o pagamento de dívidas de custeio, investimentos e renegociações. Os parlamentares ressaltaram que esse período é necessário para a completa recuperação da estrutura agropecuária prejudicada pelas chuvas.“A primeira medida que deve ser feita em toda a região que foi atingida é o adiamento do pagamento por no mínimo 12 meses de todas as questões que têm que ser pagas, incluindo impostos, para que nesse período se estude uma maneira de fazer uma moratória de até 10 anos, para recompor essa estrutura de produção de alimentos que o Rio Grande do Sul tem, ” disse o senador Orth. Medidas emergenciais Além disso, a FPA solicita a liberação de recursos emergenciais e mudanças no seguro rural para abranger casos de eventos climáticos como os que assolaram o Rio Grande do Sul. Ex-presidente da FPA, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destacou o documento preparado pela bancada com sugestões destinadas ao governo federal para enfrentar os desafios do setor agropecuário. “As sugestões incluem a suspensão de contratos de dívidas e empréstimos, medidas de longo prazo para prorrogação e pagamento dessas dívidas e propostas relacionadas ao capital de giro e ao seguro rural”. CONFIRA A ÍNTEGRA DO OFÍCIO COM AS MEDIDAS SOLICITADAS PELA FPA ![]() Prejuízos no campo No âmbito agrícola, o senador Orth, também presidente da Aprosoja-RS, destacou que 75 % da produção de soja no Estado foram colhidas, deixando apenas 25% ainda por colher. “No entanto, essas lavouras estão sendo colhidas com um teor de umidade muito elevado, o que resulta em grãos de baixa qualidade e, consequentemente, em prejuízos significativos para os produtores. No caso do arroz, a situação é ainda mais crítica, com estimativas de perdas na faixa de 25 a 30% devido às áreas alagadas”, informou.Além disso, a inundação causou a perda de muitos animais como gado, suínos e aves, arrastados pela água e, agora, submersos na região sul do estado. O senador explicou ainda que as chuvas nas cabeceiras dos principais rios (Antas, Taquari e Jacuí) desencadearam um efeito cascata que culminou em inundações em áreas próximas à capital gaúcha. Veja o que disseram os membros da bancada ![]() ![]() ![]() “Estamos discutindo medidas para o produtor rural, como anistia de juros e dívidas, prorrogação de financiamentos e ampliação do crédito rural. Precisamos de um auxílio emergencial, especialmente para o produtor rural. Depois, focar na reconstrução das casas, ajuda de créditos e maquinários para retomar a produção. Além disso, como médico veterinário, preocupo-me com a saúde pública e o manejo das carcaças dos animais após a inundação, algo que também levaremos ao governo, ” disse Ulysses Guimarães (MDB-MG). ![]() ![]() |