Goiás já pode implantar transporte hidroviário
Wandell Seixas
Uma iniciativa que tende a revolucionar o sistema de transportes foi aprovada pela Assembléia Legislativa de Goiás. Trata-se implantação de rotas hidroviárias num Estado banhado por várias bacias hidrográficas como o Araguaia, Tocantins, Paranaíba, Meia Ponte, Almas, entre outras de menor porte. O autor do projeto propondo essa resolução é o deputado Jamil Sebba Calife, da bancada dos Progressistas. O parlamentar é médico, mas é mais voltado à empresa do ramo imobiliário.
O governador Ronaldo Caiado sancionou sem maiores delongas, após dupla aprovação da Assembléia Legislativa, a Lei Estadual nº 23.238, de 20 de janeiro de 2025 (originalmente projeto de lei nº 8124/24), acatando a idéia do parlamentar goiano.
Com a iniciativa, Calife busca “promover o transporte de mercadorias e pessoas por meios de hidrovias, para gerar uma maior acessibilidade e um menor gasto com o transporte”. Nos Estados Unidos, por exemplo, a integração hidroviária com a ferroviária provocou a conquista econômica do Oeste. O Nilo exerce idêntico papel na África.
Segundo a iniciativa, entre as ações a serem contempladas estão as de fomentar o comércio, a parceria público-privada, os estudos sobre impactos ambientais e a sua diminuição. Ademais, objetiva o apoio à criação de incubadoras de criação de hidrovias e o estímulo ao sistema hidroviário. Goiás é um estado agropecuário por natureza, favorecendo com a iniciativa um transporte mais barato para os insumos, grãos, carnes, leite, frutas, hortaliças e minérios.
A política estadual instituída pela lei atenderá, especialmente, às seguintes diretrizes: estimular estudos sobre hidrovias no Estado; estimular estudos sobre os impactos ambientais na implantação de hidrovias; estimular a criação de incubadoras de criação de hidrovias; estimular a construção de eclusa no barramento e demais obras para implantação de um canal navegável; estimular o transporte de carga pesada por meio de hidrovias; e estimular a colaboração entre governos, empresas e a sociedade civil para a mudança no transporte de cargas.