Museu do Amanhã encerra primeiro dia do “Esquenta COP” com discussões aprofundadas sobre a crise climática 

Evento antecede a COP 29, em Baku, no Azerbaijão, e a COP 30, que será realizada em Belém, em 2025
 

Rio de Janeiro — O Museu do Amanhã encerrou ontem (4) a primeira etapa do evento “Esquenta COP”, que trouxe à tona questões centrais da crise climática, em preparação para as próximas Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29 e COP30). O evento, patrocinado pela Bloomberg, que tem mais dois encontros (dias 11 e 12) em outubro, busca engajar o público e fomentar discussões em torno das soluções possíveis para enfrentar os desafios ambientais globais.

“Neste momento, o museu se volta para o que me parece ser a maior crise que passamos no planeta: a de imaginação. E a imaginação é o primeiro passo para a esperança. A gente tem muita dificuldade em imaginar um futuro diferente. Então vamos trazer aqui, pessoas que têm capacidade antecipatória para não só imaginar o futuro, mas para agir para mudá-lo”, disse o curador do Museu do Amanhã, Fábio Scarano.

O Esquenta COP iniciou com um dia dedicado à agricultura sustentável, reunindo especialistas das mais diversas áreas para debater práticas que aliam inovação e sustentabilidade no setor agrícola. Entre os palestrantes, estiveram José Pugas, da JGP; Christian Orglmeister,d a Suzano; Valmir Ortega, sócio-fundador da Belterra Agrofloresta e presidente do Conselho da Conexsus; Juliana Lopes, diretora do CEBDS; e Eduardo Assad, pesquisador e diretor da Fauna Projetos. As conversas abordaram desde a bioeconomia até práticas agrícolas sustentáveis, ressaltando a importância da colaboração entre ciência, tecnologia e as comunidades locais.

Marcelo Britto, secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal, fez um alerta sobre o caminho a seguir. “A COP 30 não vai encerrar a discussão, ela vai começar algo muito maior. Precisamos de diálogo e ação coordenada. A revolução agrícola dos últimos 40 anos foi enorme, mas agora é hora de uma ‘evolução’ em direção à sustentabilidade. Se não fizermos isso, continuaremos pagando o preço.”

No mesmo painel, Ana Santos, do Centro de Integração da Serra da Misericórdia, a última grande área verde entre o Complexo da Penha e o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, trouxe outro olhar sobre a agricultura sustentável, expondo o paradoxo da terra na favela. “Essa terra que muitas vezes enterra nossos parentes, vítimas da violência, também pode gerar vida. Nossa primeira colheita de 80 quilos de batata-doce pode parecer pequena, mas significou muito para nós. Foi a prova de que a terra é capaz de gerar soberania alimentar, esperança, e a possibilidade de um futuro diferente para as nossas crianças.”

A programação do Esquenta COP prossegue na próxima semana com um foco renovado na transição energética e nas mudanças necessárias para alcançar uma economia de baixo carbono. Especialistas discutirão as perspectivas para o Brasil e o mundo, em temas que incluem a descarbonização e as energias renováveis. Além disso, o público será convidado a participar de atividades imersivas que visam aproximar as pessoas da pauta climática por meio de experiências sensoriais e reflexões críticas. O papel da cultura nesse processo também será tema de discussões.

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