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Museu do Amanhã encerra primeiro dia do “Esquenta COP” com discussões aprofundadas sobre a crise climática
Um dos painéis do Esquenta COP no Museu do Amanhã Evento antecede a COP 29, em Baku, no Azerbaijão, e a COP 30, que será realizada em Belém, em 2025 Foto Marcello BritoFoto Ana Santos Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2024 — O Museu do Amanhã encerrou hoje a primeira etapa do evento “Esquenta COP”, que trouxe à tona questões centrais da crise climática, em preparação para as próximas Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29 e COP30). O evento, patrocinado pela Bloomberg, que tem mais dois encontros (dias 11 e 12) em outubro, busca engajar o público e fomentar discussões em torno das soluções possíveis para enfrentar os desafios ambientais globais. “Neste momento, o museu se volta para o que me parece ser a maior crise que passamos no planeta: a de imaginação. E a imaginação é o primeiro passo para a esperança. A gente tem muita dificuldade em imaginar um futuro diferente. Então vamos trazer aqui, pessoas que têm capacidade antecipatória para não só imaginar o futuro, mas para agir para mudá-lo”, disse o curador do Museu do Amanhã, Fábio Scarano. O Esquenta COP iniciou com um dia dedicado à agricultura sustentável, reunindo especialistas das mais diversas áreas para debater práticas que aliam inovação e sustentabilidade no setor agrícola. Entre os palestrantes, estiveram José Pugas, da JGP; Christian Orglmeister,d a Suzano; Valmir Ortega, sócio-fundador da Belterra Agrofloresta e presidente do Conselho da Conexsus; Juliana Lopes, diretora do CEBDS; e Eduardo Assad, pesquisador e diretor da Fauna Projetos. As conversas abordaram desde a bioeconomia até práticas agrícolas sustentáveis, ressaltando a importância da colaboração entre ciência, tecnologia e as comunidades locais. Marcelo Britto, secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal, fez um alerta sobre o caminho a seguir. “A COP 30 não vai encerrar a discussão, ela vai começar algo muito maior. Precisamos de diálogo e ação coordenada. A revolução agrícola dos últimos 40 anos foi enorme, mas agora é hora de uma ‘evolução’ em direção à sustentabilidade. Se não fizermos isso, continuaremos pagando o preço.” No mesmo painel, Ana Santos, do Centro de Integração da Serra da Misericórdia, a última grande área verde entre o Complexo da Penha e o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, trouxe outro olhar sobre a agricultura sustentável, expondo o paradoxo da terra na favela. “Essa terra que muitas vezes enterra nossos parentes, vítimas da violência, também pode gerar vida. Nossa primeira colheita de 80 quilos de batata-doce pode parecer pequena, mas significou muito para nós. Foi a prova de que a terra é capaz de gerar soberania alimentar, esperança, e a possibilidade de um futuro diferente para as nossas crianças.” A programação do Esquenta COP prossegue na próxima semana com um foco renovado na transição energética e nas mudanças necessárias para alcançar uma economia de baixo carbono. Especialistas discutirão as perspectivas para o Brasil e o mundo, em temas que incluem a descarbonização e as energias renováveis. Além disso, o público será convidado a participar de atividades imersivas que visam aproximar as pessoas da pauta climática por meio de experiências sensoriais e reflexões críticas. O papel da cultura nesse processo também será tema de discussões. Programação da próxima semana: 11 de outubro, sexta-feira Espaço “Bora Falar Sobre o Clima?” Horário: 10h às 18h Local: Átrio do Museu do Amanhã Atividade imersiva: Trilhar os Amanhãs – Tragédias Gregas e o Antropoceno Horário: 10h30 às 11h30 Local: Exposição Principal Classificação: A partir de 12 anos Atividade imersiva: Imediações Horário: 15h30 às 16h Local: Cubo da Matéria – Exposição Principal Classificação: Livre Rodas de Conversa: Como avançar na transição energética? Horário: 10h às 17h Local: Auditório do Museu do Amanhã 12 de outubro, sábado Espaço “Bora Falar Sobre o Clima?” Horário: 10h às 18h Local: Átrio do Museu do Amanhã Oficina: Caminhada pela Justiça Climática (adulto) Horário: 10h às 12h Local: Terreiro Classificação: 12+ Roda de Conversa: O papel da cultura no debate climático Horário: 14h às 16h Local: Auditório do Museu do Amanhã Sobre o Museu do Amanhã O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão — IDG. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo. Exemplo bem-sucedido de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, o Museu conta com o Banco Santander Brasil como patrocinador master, a Shell, Grupo CCR e Instituto Cultural Vale como mantenedores e uma ampla rede de patrocinadores que inclui ArcelorMittal, Engie, IBM e Volvo. Tendo a Globo como parceiro estratégico e Copatrocínio da B3, conta ainda com apoio de Bloomberg, Colgate, EGTC, EY, Granado, Rede D’Or, TechnipFMC e White Martins. Além da DataPrev apoiando em projetos especiais, conta com os parceiros de mídia Amil Paradiso, Rádio Mix e Revista Piauí e Assessoria Jurídica feita pela Luz e Ferreira Advogados. Sobre o IDGO IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão é uma organização social sem fins lucrativos especializada em conceber, implantar e gerir centros culturais públicos e programas ambientais. Atua também em consultorias para empresas privadas e na execução, desenvolvimento e implementação de projetos culturais e ambientais. Responde atualmente pela gestão do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, Paço do Frevo, em Recife, e Museu das Favelas, em São Paulo. Atuou ainda na implantação e na gestão do Museu do Jardim Botânico do Rio de Janeiro como gestor operacional do Fundo da Mata Atlântica e como realizador das ações de conservação e consolidação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro. Também foi responsável pela concepção e implementação do projeto museológico do Memorial do Holocausto, inaugurado em 2022 no Rio de Janeiro. Saiba mais no link. |