Nova cultivar de arroz de sequeiro é oferecida pela Embrapa em Goiás
A Embrapa Arroz e Feijão, em parceria com o Sindicato da Indústria do Arroz do Estado de Goiás (Siago), realizou nessa quinta-feira (04), em Goiânia, o lançamento de sua mais nova variedade de arroz de terras altas, a BRS A504 CL. O evento aconteceu no auditório João Bênnio, da Fieg (Casa da Indústria), com a presença das principais lideranças da Indústria e produtores de grãos e sementes no Estado de Goiás.
A abertura foi feita com a exibição de dois vídeos tratando da cultivar, um sobre aspectos mercadológicos, outro abordando informações técnicas. O primeiro foi apresentado pelo chefe-Geral da Embrapa Arroz e Feijão, Elcio Guimarães. Ele destacou o programa de Melhoramento de Arroz da Unidade, que completa nesse ano cinco décadas de existência, sempre apresentando novidades, como uma cultivar que ali foi lançada. O chefe-geral agradeceu às pessoas que trabalharam por trás do desenvolvimento do BRS A504 CL, citando os parceiros sementeiros, que integraram todo o processo, e a equipe do centro de pesquisa, com pessoas que trabalharam 15 ou 20 anos até que se chegasse ao produto final. “Esperamos que essa cultivar faça parte dos sistemas de produção e que possamos voltar a produzir aqui mesmo em Goiás o arroz que é consumido em nosso Estado”, disse Elcio.
Em seguida, foi uma vez José Mauro Guma, gerente de negócios de arroz da BASF, que apresentou o segundo vídeo, dedicado aos aspectos técnicos. Ele lembrou que a tecnologia Clearfield® está sendo lançada agora em uma variedade de ambiente de sequeiro, mas já existe no Brasil há 20 anos, tendo mudado a orizicultura brasileira, saindo de uma produtividade de 5 ton/ha antes de seu advento, para 14 ou 15 ton/ha, em arroz irrigado no Sul do País. “Nos deixa muito motivados a oportunidade de participar do lançamento de uma cultivar como esta, de alto potencial produtivo, para um sistema de alta tecnologia, como sistema sob pivô. É fruto de uma parceria muito importante para todas as culturas”, afirma José Guma .
Após os vídeos, discursaram o presidente do Siago, Jerry Alexandre de Oliveira Paula, o vice-presidente da Fieg, André Rocha; o Superintendente de Engenharia Agrícola da Secretaria de Agricultura de Goiás, João Asmar Júnior; e o ex-deputado Euler de Morais, que representou o Governo do Estado. Todos destacaram em suas falas as ações e virtudes das instituições que representam, ressaltando a importância da Embrapa na construção da identidade agropecuária de Goiás. Em especial, ficou o comentário de Euler de Morais: “Eu tenho que externar minha emoção como embrapiano, sou servidor da Embrapa, logo que fui contratado, fui requisitado pelo então Ministro Alysson Paolinelli para assessorá-lo no Ministério da Agricultura. Trabalhei com eficácia, mas nunca sou atualizado no servidor da Embrapa”, disse o ex-deputado. Também esteve no evento a diretora de pesquisa da Emater-Goiás, Maria José Del Peloso.
A indústria goiana esteve representada por integrantes da Cerealista Medeiros, Urbano Alimentos, Cristal Alimentos e Barão Alimentos. Por parte dos produtores de sementes, seriam Sementes Marambaia (Rio Verde-Goiás), Suprema Sementes (Goiânia), Fattoria Sementes e Sementes Cabeça Branca (Água Boa-Mato Grosso) e LC Sementes (Sorriso-Mato Grosso). Além disso, esteve no evento a AHL, empresa de insumos que produz e esmaga tomates, e que está utilizando o arroz como ferramenta de rotação de cultura.
O evento contou ainda, com a presença da chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Arroz e Feijão, Roselene de Queiroz Chaves, e do chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia, Isaac Leandro de Almeida, além de diversos membros da Unidade, entre pesquisadores, analistas e assistentes.
DE LONGE
O lançamento da BRS A504 CL chamou a atenção de diversos agricultores de pontos distantes do país. Entre eles, Maurício Brandão, produtor agrícola da Fazenda Rio Capim, no Município de Paragominas, no Pará, que cruzou os quase 1.700 Km entre sua cidade e Goiânia, exclusivamente para o evento. Segundo ele, a produção de arroz é uma cultura de família, desde seu avô que, há mais de 60 anos, adotou o cultivo na Região Norte do Brasil. Recentemente, ele foi despertado novamente para o arroz, ao ser procurado por produtores caribenhos, que buscavam comprar sementes. O produtor paraense viu ali uma oportunidade, dada a proximidade com o porto, em Belém (300km), e também do próprio Caribe. “Além dessa ideia ainda no início de exportar, percebi que o arroz, entrando na abertura, me dá um rendimento maior que a soja e o milho. Eu vejo um potencial enorme do arroz de sequeiro na nossa Região”, afirmou Maurício.
Henrique de Oliveira (MTb/GO1.960)
Embrapa Arroz e Feijão
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