ALIMENTOS: ABRAS apresenta propostas para baixar preços
Wandell Seixas
O setor supermercadista, através da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), defende três propostas que podem ajudar na redução de custos e, em consequência, de preços. Os dados foram repassados ao portal pela Associação Goiana de Supermercados (AGOS).
A primeira é uma reformulação no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), em relação às taxas exorbitantes praticadas pelas empresas que intermedeiam os vales refeição e alimentação. O custo para o supermercado aceitar esses vouchers é considerado muito alto e acabam integrando o custo geral da operação.
O segundo é uma nova metodologia do prazo de validade de produtos, que é denominada no exterior de “best before”. Ou seja, o produto deve ser preferencialmente consumido antes de determinada data. Isso não se refere à questões sanitárias, mas a perda de características com crocância, sabor e outras propriedades características daquele produto.
Segundo a entidade, nos países onde isso é aplicado houve economia e redução de desperdício. O terceiro ponto é a venda de medicamentos isentos de prescrição médica em supermercados. Nos anos de 95 e 96, quando foi permitido, houve uma redução de 25% no valor dos medicamentos em função dessa concorrência.
ABRAS reforça propostas
A ABRAS reafirma sua disposição em colaborar com o Governo Federal para enfrentar os desafios econômicos do Brasil, reforçando as propostas apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final do ano passado. As medidas sugeridas têm como objetivo central a redução dos custos de vida das famílias brasileiras, a promoção de emprego, a segurança alimentar, a recuperação econômica e o fortalecimento do varejo alimentar, um dos maiores geradores de empregos do país.
Em consonância com a recente declaração do ministro Rui Costa, que destacou a prioridade do governo em baratear os alimentos, a ABRAS reafirma a importância de ações concretas para controlar a inflação e tornar o acesso aos alimentos mais acessível para a população. Nesse contexto, a entidade propôs medidas como a reestruturação do Programa de Alimentação do Trabalhador, por meio do PAT e-social, com apoio da Caixa Econômica Federal, e que pode gerar economia da ordem de R$ 10 bilhões anuais, a venda de remédios sem receita nos supermercados, que pode reduzir os preços em 35%, a modernização do sistema de prazos de validade, o chamado Best Before, e a redução do prazo de reembolso dos cartões de crédito.
O presidente da ABRAS, João Galassi, afirma: “As propostas que apresentamos têm o potencial de gerar um impacto significativo, não só no controle da inflação, mas também na criação de empregos e no fortalecimento de uma economia mais justa e sustentável. Estamos confiantes de que, com o apoio do Governo Federal, essas medidas serão implementadas de forma eficaz e trarão benefícios diretos para as famílias, especialmente para aquelas de baixa renda.”
A ABRAS também celebra a recente sanção da reforma tributária, que criou a Cesta Básica Nacional de Alimentos livre de impostos, um grande avanço para o país. Essa medida tem o potencial de reduzir o custo dos alimentos essenciais e aliviar a pressão sobre o orçamento das famílias brasileiras.
Entre as medidas sugeridas pela entidade ao Governo estão também a flexibilização dos contratos de trabalho, a desoneração da folha de pagamento, especialmente para o 1º emprego e para pessoas com 60 anos ou mais, a continuidade do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência, a dosimetria das multas e das penas, e a isenção de impostos sobre doações de alimentos. A ABRAS também defende a redução dos desperdícios de alimentos e a formalização de cooperativas de reciclagem, promovendo uma economia circular e sustentável. Além disso, a entidade propõe a regulamentação dos jogos de apostas eletrônicos, como medida para proteger as famílias brasileiras.
A ABRAS se coloca à disposição do Governo Federal para contribuir ativamente com a implementação dessas propostas e reafirma seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.