Gigante estatal chinesa autorizou procura imediata por terras brasileiras para iniciar plantio de grãos

A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e a gigante estatal chinesa Hulunbuir State Farm Group (Grupo Estadual de Fazendas de Hulunbuir) reuniram-se, virtualmente, na manhã de ontem (13), para dar sequência ao acordo de cooperação firmado entre as partes em fevereiro deste ano. Na ocasião, a equipe chinesa apresentou interesses específicos sobre o Brasil.
Durante a reunião, o Brasil esteve representado pelo vice-presidente da SNA, Hélio Sirimarco; enquanto o lado chinês contou com a presença do presidente do grupo de Hulunbuir, Guo Ping, e parte da sua equipe.

O presidente Guo Ping falou de seu grande interesse em utilizar a tecnologia que eles dispõem na China para produzir soja, milho e algodão no Brasil.
Baseado neste projeto, o presidente da estatal autorizou a pesquisa imediata para compra ou aluguel de terras no Brasil que estejam disponíveis e aptas para o plantio de milho e soja. A forma na negociação vai depender da legislação brasileira que rege a aquisição deste tipo de imóvel por estrangeiros. Para tanto, a SNA irá consultar o setor jurídico da entidade para dar prosseguimento à solicitação da empresa chinesa.
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Guo Ping também questionou sobre o Brasil dispor de sementes de soja e milho com maior adaptabilidade para baixas temperaturas. Ele comentou que, por vezes, nas propriedades rurais de sua cidade as temperaturas podem chegar a -5°, necessitando de sementes mais resistentes.

“Temos esta facilidade de possibilitar o acesso da estatal chinesa a empresas e instituições brasileiras dos setores de interesse deles, inclusive com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que tem know-how para explicar sobre todas as fases da cadeia produtiva, desenvolvimento de sementes, tecnologias de plantio e o uso de fertilizantes liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)”, respondeu Hélio Sirimarco.
E a comercialização?
Outro ponto levantado pelo grupo de Hulunbuir foi sobre a comercialização dos grãos no Brasil. “Aqui, acompanhamos os mercados interno e externo, diariamente e de forma detalhada”, informou o vice-presidente da SNA, que aproveitou a pergunta e explicou algumas maneiras de comercializar estes grãos brasileiros.
Pecuária
A empresa ofereceu ao Brasil, em troca do apoio recebido pela SNA, a possibilidade de intercâmbio para apresentar sua avançada tecnologia em todo o processo produtivo no ramo da pecuária, um dos destaques da estatal.

Irrigação
“A China tem uma tecnologia muito avançada no setor de irrigação e isso nos interessa, uma vez que, em certas regiões do Brasil, precisam destes sistemas de irrigação para conseguir ter uma produção mais satisfatória”, enfatizou Hélio Sirimarco, que citou a região do Vale do São Francisco como um possível futuro mercado.
SNASH
Também ficou acordado que Hélio Sirimarco irá consultar o SNASH, ecossistema de inovação apoiado pela SNA, sobre o possível interesse na realização de intercâmbios entre as startups do hub e a estatal de Hulunbuir . Atualmente, o SNASH conta com mais de 150 startups voltadas para o agro e localizadas em vários estados do Brasil.