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Gripe aviária: Goiás decreta emergência zoossanitária

Wandell Seixas

A gripe aviária, ocorrida pela primeira vez no Brasil em granja comercial em Montenegro, periferia de Porto Alegre (RS), constituiu uma surpresa e como consequência provocou a suspensão das importações de carne de frango, ovos e aves vivas. Em Goiás, que detém a quarta posição no ranking da produção de frangos, o governador Ronaldo Caiado assinou o decreto nº 10.693, ainda no sábado, declarando situação de emergência zoossanitária no Estado para mitigação de risco da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.

De forma preventiva, a medida visa reforçar as ações, já desenvolvidas de vigilância, prevenção e pronta resposta diante do cenário nacional da doença. Mesmo sem qualquer registro da gripe aviária até o momento, seja em granjas comerciais ou de subsistência, assim como em aves silvestres. Marcos Barcellos Café, presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA), diz que a doença “impacta os criadores e exportadores brasileiros”. Mas, declara a sua confiança nas medidas de defesa sanitária e que o setor prossegue alerta e vigilante para que Goiás se mantenha livre dessas zoonoses.

A Agrodefesa acompanha diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária, que prorrogou por 180 dias, por meio da Portaria nº 784/2025, a vigência da emergência zoossanitária nacional declarada em 2023. O foco é ampliar o trabalho preventivo, já que o próprio Mapa confirmou na última quinta a detecção do vírus da influenza aviária em matrizeiro de aves comerciais no município gaúcho.

Em agosto de 2023, Goiás já havia publicado o Decreto nº 10.297, que estabeleceu situação de emergência zoossanitária, de forma preventiva, para mitigação do risco da gripe aviária no Estado. A publicação do novo decreto, que tem validade de 180 dias, busca alinhar o Estado às medidas já adotadas em nível federal, garantindo agilidade na mobilização de recursos e na implementação de ações imediatas em caso de eventual foco da doença.

O decreto permitirá o reforço da coordenação entre instituições públicas e privadas, ampliando a eficácia das medidas de biossegurança e controle sanitário. “Essa é uma medida estratégica e necessária. Goiás tem um papel relevante na avicultura nacional e precisamos proteger nossos plantéis e nossa economia com ações rápidas e coordenadas”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

A avicultura é um dos pilares do agronegócio goiano e brasileiro. Em 2024, o Brasil produziu 15 milhões de toneladas de carne de frango. Goiás ocupa a 4ª posição no ranking nacional de produção de aves, com destaque para os pólos de Itaberaí e Rio Verde — o 2º e o 6º maiores produtores do Brasil, respectivamente. O setor emprega diretamente mais de 240 mil pessoas no Estado.

Entre os principais objetivos do decreto de emergência zoossanitária estão garantir suporte técnico, logístico e financeiro para ações emergenciais, mitigar o risco de entrada da doença nos plantéis comerciais, fortalecer a integração institucional e o monitoramento contínuo, proteger a saúde humana e animal, conforme os princípios da Saúde Única e manter a estabilidade econômica e comercial do setor avícola goiano.

“A Agrodefesa reforça que a população, produtores e demais elos da cadeia produtiva devem manter atenção redobrada às medidas de biosseguridade e comunicar imediatamente qualquer ocorrência suspeita de doença em aves por meio dos canais oficiais da Agência”, explica o diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira.

 “O trabalho da Agrodefesa tem sido contínuo. Estamos em estado de alerta desde 2023, com equipes mobilizadas e medidas preventivas em curso, o que nos permite agir com agilidade e segurança. Goiás está preparado para proteger seu plantel avícola e sua população”, conclui Vieira.

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